Existem alguns problemas na vida de nossos cães e entre eles, as infestações de pulgas e carrapatos são realmente desagradáveis. Para combatê-los é preciso mais informação, pois muitos acham que esse é só um problema das àreas rurais, mas eles podem estar aí, debaixo do seu sofá ou em alguma fresta da parede de seu apartamento.
Carrapatos são parasitas externos, artrópodes, pertencentes à Ordem Acarina, que se alimentam do sangue do hospedeiro. Eles podem estar no solo, como, por exemplo, locais com vegetação (gramados) e também nas frestas de paredes sempre à espera de um hospedeiro. Quando percebem a passagem de um hospedeiro, dirigem-se para ele, “passeando” pelo seu corpo até encontrarem um local seguro, como o pescoço ou a cabeça, onde o cão não os possa arrancar. Logo após, o carrapato introduz o seu aparelho sugador na pele e, durante horas, alimenta-se do sangue do hospedeiro. Após a alimentação de sangue, desprende-se voluntariamente e cai no solo para continuar o seu ciclo. O ciclo de vida do carrapato é composto por quatro estágios: ovo, larva, ninfa e adulto. As fêmeas alimentam-se sempre de sangue, enquanto os machos raramente o fazem e para descrever de uma maneira simples, a fêmea é a bolinha verde e o macho a aranhazinha.O cruzamento entre o macho e a fêmea ocorre na superfície da pele do hospedeiro. A fêmea necessita se alimentar de sangue para uma boa maturação dos ovos. A fêmea ingurgitada põe entre 3.000 a 5.000 ovos, sempre em locais altos, de cima para baixo.
No mundo todo existe um grande número de espécies de carrapatos adaptados a se alimentar de sangue de répteis, aves e mamíferos, e conseqüentemente os cães são alvos freqüentes. No Brasil encontram-se dois gêneros parasitando os cães: Rhipicephalus e Amblyomma. Cada grupo com características distintas de biologia e medidas de controle. Nos terrenos baldios e parques de ambientes urbanos é possível encontrar algumas espécies parasitando cães, como por exemplo a fase adulta do Amblyomma aureolatum, que foi encontrada parasitando cães no campus da USP na cidade de São Paulo e Amblyomma cajennense em áreas com vegetação frequentadas por cavalos. No meio rural o carrapato Amblyomma cajennense é um dos principais parasitas externos (ectoparasitas) de cavalos e são encontrados também em cães que vivem neste tipo de ambiente. Já o Rhipicephalus tem como principal característica o hábito de permanecer constantemente nos abrigos, como ninhos, tocas e buracos freqüentados pelos canídeos. No ambiente urbano esses carrapatos conseguiram se adaptar perfeitamente, utilizando-se de frestas de muros, canis, casinhas e buracos em paredes para abrigar as fases não-parasitárias. No ambiente rural podem ser encontrados geralmente próximos ao local que serve de dormitório para o cão.
Na minha pesquisa encontrei no site Dog Times, a seguinte questão:
"Moro em apartamento e meu cão nunca sai de casa. Mas descobri carrapatos nele. Como é possível isso?
O seu cão, mesmo nunca saindo do apartamento, pode ser infestado por carrapatos da espécie Rhipicephalus sanguineus provenientes de cães de apartamentos vizinhos. Nas fases não-parasitárias estes carrapatos procuram locais escuros para se abrigar e tem o comportamento de subir paredes e muros, sendo difícil encontrá-los no chão. Portanto na tentativa de encontrar abrigo ou no período de busca de alimento (busca do cão) esses carrapatos podem infestar outros apartamentos e outros cães. Entretanto neste caso, pior do que uma infestação de carrapatos é deixar um cão preso no apartamento e sem contato com outros animais, ambientes e pessoas"
Essa questão é muito comum no caso de carrapatos,pois as pessoas acham que só em ambiente rural é que temos este problema. Completo engano, hoje em dia cada vez mais eles estão em ambientes urbanos. Recentemente tive um sério problema com uma proprietária, cujos cães frequentavam meu canil. Eles voltavam de lá livre de infestações e durante a semana apresentavam carrapatos. Feito um controle rígido,onde até raspei os pelos dos cães, percebi que haviam parasitas no apartamento da proprietária, que mora de frente à um parque, ou praça (de nome argentino), fato confirmado por uma empregada do apartamento. Quando solicitei uma limpeza, ouvi uma frase linda, que jamais vou esquecer: "na merda do seu canil não tem carrapato, mas no meu apartamento tem!!!!" Pura ignorância, pois como vimos aqui, até os pássaros podem hospedar e viajar com essa "aranhazinha infernal"
Como controle,temos hoje em dia, bons produtos, tanto para os cães quanto para os ambientes, dá trabalho, mas dá para vencer a guerra. Acima fotos de um dia de desinsetização lá no Canil,que é repetida a cada 15 dias, e olha que vira e mexe aparece carrapato por lá...
